terça-feira, 16 de agosto de 2011

e-bit: brasileiros se rendem ao universo de compras online Moda e peças automotivas ganham espaço no mercado que faturou R$ 8,4 bi no 1º semestre


SÃO PAULO - Os brasileiros estão comprando "tudo" pela internet. Se antes as pessoas preferiam adquirir produtos com valores mínimos, como livro, cd e dvd, hoje a internet virou um meio para compras distintas. Segmentos como o de moda, que no Dia dos Namorados configurou pela primeira vez entre as cinco categorias mais vendidas, esportes, do lar e até peças automotivas ganham cada vez mais espaço. "Estão comprando até vestido de casamento", brinca Pedro Guasti, diretor geral da e-bit.
Leia também: Comércio virtual fatura R$ 8,4 bilhões no 1º semestre
Para o segundo semestre de 2011, a "coqueluche" do comércio virtual, na opinião dele, serão os tablets devido à "enxurrada" de opções que estão chegando no mercado brasileiro. Os números de satisfação da população "e-commerce" refletem bem este cenário. Segundo estudo da e-bit, mais de 49% dos consumidores entrevistados afirmaram se sentir "mais seguros" ao fazer aquisições no meio digital.
Já os que se sentem "muito mais seguros" respondem por 21%. "Das 2 mil pessoas que consultamos, 70% se sentem mais seguras em relação às compras pela internet", soma Guasti. Além disso, 81% das pessoas entrevistas acessam a web para fazer compra virtual seja numa loja, clube de compra ou nos sites de aquisições coletivas, tornando-se consumidores recorrentes do meio online.
Porém, este público ainda permanece avesso aos serviços do internet banking. Conforme estudo da e-bit, cerca de 26% dos consultados "não utilizam" o meio online para fazer transações bancárias, sendo que outros 58% "não se sentem seguros" e preferem só consultar dados.
O perfil destes que não utilizam internet banking é, em sua maioria, masculino, com maior graduação e renda mensal. Já as mulheres, apesar de darem mais credibilidade a este universo, têm menos conhecimento sobre o funcionamento do internet banking.
Problemas estruturais
Apesar de o número de compradores virtuais aumentar a cada semestre - para 2011, a estimativa da e-bit é alcançar 32 milhões de usuários -, o setor ainda convive com entraves que resultam numa propaganda negativa para o segmento.
Um dos principais é o prazo de entrega. Em datas especiais, por exemplo, as empresas de comércio online prometem entregar as mercadorias a tempo, mas nem sempre cumprem o acordado com o cliente. "A logística é um fator importante para a satisfação dos consumidores.
O setor demanda um investimento muito grande em infraestrutura, frota e mão de obra. Estamos discutindo como trazer mais investimentos para esta área", garante Guasti. Para Ludovino Lopes, presidente da camara-e.net, é necessário separar os problemas de infraestrutura do País e as deficiências do comércio eletrônico. "Esse é um desafio que teremos de superar nos próximos anos, principalmente, com a realização da Copa e outros grandes eventos. Estamos caminhando juntos para encontrar um ponto de equilíbrio", diz.
Investimento para pequenos
As compras coletivas são um dos fenômenos do varejo virtual de 2011. Conforme expectativas da e-bit, este segmento deve gerar receitas de R$ 1 bilhão neste ano. Entretanto, por traz deste resultado há também problemas de logística e atendimento. Guasti lembra que as empresas que operam neste meio, em geral pequenas organizações, não devem colocar um produto à venda na rede que não conseguirão entregar. "A falta de espaço no restaurante e na agenda da esteticista é estimulada pelo 'reloginho'.
Os consumidores têm de tomar cuidado antes de fazer uma aquisição, pesquisando informações sobre a empresa e perante os seus direitos", aconselha. Preocupada com a satisfação e consciência dos consumidores, a e-bit pretende lançar nas próximas semanas uma cartilha de boas práticas para os clubes de compras coletivas.
Na opinião de Alexandre Umberti, diretor de marketing e produtos da e-bit, as empresas têm de entender que este é um investimento em marketing e que não gerará receita. "Essas organizações têm de prestar um bom serviço. Do contrário, este investimento não adianta de nada." (Aline Bronzati)

Nenhum comentário:

Postar um comentário